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Tecnologia e Metalurgia

Tecnologia e Metalurgia

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Construçao de casas com garrafas pet.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo05/02/2003 - MOACIR ASSUNÇÃOMétodo de reciclagem permite transformar plásticos em tijolos resistentes. Residência reciclada é resistente a fogo e a cupins e tem boa durabilidade O excesso de lixo plástico - 23% dos resíduos depositados em São Paulo - pode deixar de ser problema para ajudar a resolver o déficit habitacional da cidade. O empresário Valdir Gimenes e o arquiteto e ambientalista Sérgio Prado desenvolveram um sistema integrado de casas populares construídas à base de plástico, que chamam de "madeira sintética", sobre as quais é possível instalar verdadeiros jardins ou hortas hidropônicas, criando bairros e cidades verdes. O Brasil recicla somente 15% do produto, presente em 70% das embalagens. A máquina inventada por Gimenes, desenvolvida a partir de experimentos belgas, permite reaproveitar integralmente todo tipo de plástico. Essa variedade de "famílias" do resíduo dificulta a reciclagem, segundo especialistas no assunto. A máquina de Gimenes mói o plástico, que é prensado e vira matéria-prima para a fabricação de tijolos e barras de plástico duro. Depois, basta juntar as unidades, como se fossem brinquedos de montar gigantes. As paredes são duplas, com um colchão de ar no meio, o que evita aquecimento excessivo. Já o teto é feito com embalagens tipo TetraPak, comuns em leite e sucos. Outros produtos, como embalagens metalizadas e isopor, também são usados no processo. A casa é resistente ao fogo e a cupins e suas paredes permitem a colocação de azulejos. Uma das maiores vantagens é a durabilidade. "A madeira tratada tem 25 anos de vida útil. O plástico chega a 400 anos", afirmou o empresário. Atualmente parada por causa de problemas de financiamento, a fábrica, em Guarulhos, poderia produzir 40 casas de 70 metros quadrados de área por mês a um custo unitário de R$ 5 mil, bem mais baixo que o das casas convencionais. Para construir cada unidade, são necessárias cinco toneladas de plástico. "O brasileiro produz uma média de 4 a 5 quilos de plástico por mês, o que equivale a 680 mil toneladas produzidas por 170 milhões de pessoas e permitiria construir mensalmente 116 mil casas", disse Gimenes. Além de residências, o plástico pode ser matéria-prima para inúmeros produtos, de cabines a caixões. Para garantir a manutenção do sistema, seriam instalados ecopontos na cidade para recolher o produto. Enchentes - De acordo com Prado, um projeto, iniciado na Eco-92, no Rio, e transformado em lei federal, prevê a criação de hortas sobre o teto dos imóveis. Com o uso de garrafas pet e redes, seria possível fazer hortas de hidroponia utilizando água da chuva, que realimentaria o sistema. "Isso garantiria a alimentação para os moradores, resfriaria as casas e diminuiria o problema das enchentes." Na opinião do ambientalista, a casa de plástico tem grandes vantagens ambientais em relação à de concreto. "O sistema atual, que usa a termofusão para juntar os elementos, esquenta a atmosfera porque é feito à base de ferro, cimento e areia. Para evitar o aquecimento, usa-se ar-condicionado, que também traz danos à vida." Showroom das casas: Rua Cabrália Paulista, esquina com Rua Itacoara, em Cidade Patriarca, zona leste
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