Tecnologia e Metalurgia
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Casas populares
São Paulo - Uma casa já pode ser feita de blocos fabricados com areia, cimento, isopor, no lugar da brita, e garrafas de plástico tipo PET - aquelas embalagens de refrigerantes - e outros produtos descartadas todos os dias. O bloco Isopet utilizado na construção de duas casas de 45 m² cada, em Pindamonhangaba, interior paulista, é resultado do projeto de estudantes do curso de Tecnologia de Construção do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet). A obra é resultado da união do prefeitura com o professor Ely Aguiar e os estudantes Cássio Silvério, Luciano Pereira, Rodrigo Kanning e Tiago Lopes criadores do Isopet. Aguiar explica que a PET, que é um tipo de plástico (poli tereftalato de etileno), é colocada inteira e vazia dentro da forma que é preenchida pela massa que também usa isopor. "O bloco tem encaixe macho-fêmea na vertical e só precisa de argamassa na horizontal." O objetivo agora é ter apoio para usar o Isopet na construção de casas populares. Com redução de 30% no custo da obra em relação aos materiais tradicionais, a prefeitura aprovou a obra que é usada como posto de saúde. Segundo o secretário de Comunicação de Pindamonhangaba, Marcelo Pirani, o objetivo é fazer mais formas de Isopet e passar a produzir blocos em maior quantidade. "O prefeito Vito Ardito Lerario quer levar o Isopet para construções em loteamentos", disse. O Isopet venceu na categoria de pesquisas acadêmicas do Prêmio Ecopet da Associação Brasileira da Indústria de PET (Abipet). Para o gerente de Comunicação da entidade, Hermes Contesini, o objetivo é mostrar à sociedade que a coleta e reciclagem de materiais (plástico, papel vidro e metal) ajudam o catador, as empresas e o meio ambiente. "O índice de reciclagem pode ser melhorado. O problema para a indústria da reciclagem é justamente a coleta que ainda não é suficiente." TubosDepois de moídas as garrafas do plástico PET são usadas na fabricação do Tubopet da Empresa Brasileira de Reciclagem (EBR), comercializado ao custo médio de R$ 22. Também premiado pelo Ecopet, na categoria empresarial, o produto foi criado por Guido Nigra. Segundo o diretor comercial EBR, Sérgio Dias, um tubo de 6 m e 100 mm de espessura precisa de 98 garrafas de 2 litros para ser feito. "A linha de tubo para esgoto predial é uma alternativa ao tubo de PVC." Aliar meio ambiente a ação social. Foi pensado nisso que o comerciante e ambientalista Célio Oliveira construiu em Magé (RJ) a casa Arte no Mangue. São 10 mil garrafas PET cheias de areia no lugar de blocos. Ele foi premiado pelo Ecopet na categoria ações da coletividade.
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